
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi preso na manhã deste sábado (22), em Brasília, após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida foi solicitada pela Polícia Federal (PF) e tem caráter preventivo, não sendo ainda cumprimento direto da pena já registrada em condenação anterior.
Segundo nota oficial da PF, o mandado de prisão foi executado em razão do descumprimento de medidas cautelares impostas ao ex-presidente durante o processo da tentativa de golpe de Estado, após as eleições de 2022. Bolsonaro foi levado à Superintendência da Polícia Federal.
A prisão ocorre semanas após o STF confirmar o trânsito em julgado da condenação de Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão, por crimes relacionados ao plano golpista que tentou impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na decisão que o condenou, quatro ministros — Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin — formaram maioria para classificá-lo como líder intelectual e político de um esquema que incluía tentativa de golpe de Estado, organização criminosa, danos ao patrimônio público e deterioração de bens tombados. Luiz Fux foi o único ministro a divergir.
Entre as provas determinantes, está a chamada “minuta do golpe”, um texto que propunha intervenção militar e foi apresentado aos comandantes das Forças Armadas. Os ex-comandantes Marco Antônio Freire Gomes (Exército) e Carlos Baptista Junior (Aeronáutica) confirmaram a pressão exercida por Bolsonaro para aderirem ao plano golpista.
Além do ex-presidente, nomes de seu núcleo mais próximo também foram condenados, entre eles: os ex-ministros Braga Netto, Augusto Heleno, Paulo Sérgio Nogueira e Anderson Torres; o ex-comandante da Marinha Almir Garnier; e o ex-ajudante Mauro Cid, que firmou delação premiada.
A PF ainda não informou se Bolsonaro será transferido para unidade prisional ou permanecerá sob custódia na superintendência.
Mín. 21° Máx. 25°