
Um crime brutal chocou a população de Sorriso, a 420 quilômetros de Cuiabá, no último domingo (17). Jacyra Grampola Gonçalves da Silva, de apenas 24 anos, foi assassinada a tiros pelo ex-namorado, identificado como José Alves dos Santos, de 31 anos. O crime aconteceu dentro de um pesqueiro da cidade, diante de testemunhas. O suspeito, que fugiu logo após os disparos, foi capturado nesta segunda-feira (18) enquanto tentava escapar pela zona rural de Paranatinga, a cerca de 411 quilômetros da capital.
De acordo com informações da Polícia Civil, o feminicídio ocorreu em circunstâncias que revelam planejamento e frieza por parte do agressor. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que José chega ao estabelecimento portando uma caixa de presente. Ele caminha em direção à mesa onde Jacyra estava acompanhada de uma amiga e, em seguida, retira uma arma de fogo de dentro da embalagem, efetuando cerca de seis disparos contra a jovem.
As investigações apontam que a vítima já havia solicitado medidas protetivas de urgência contra o ex-companheiro, o que reforça a tese de reincidência de comportamento agressivo. Testemunhas relataram que, pouco antes do crime, José teria tentado convencê-la a sair do pesqueiro sob o pretexto de entregar o presente. Jacyra recusou o pedido, permanecendo no local, o que levou o suspeito a agir de forma violenta e repentina.
Após os disparos, o acusado fugiu em um carro preto, mobilizando equipes da Polícia Militar e da Polícia Civil. O cerco se estendeu por várias horas até que ele foi localizado e preso em uma estrada vicinal próxima a Paranatinga. Com a detenção, o homem foi conduzido à delegacia, onde deve responder por feminicídio qualificado e descumprimento de medidas protetivas.
A morte precoce de Jacyra reacende o debate sobre a efetividade das políticas de proteção às mulheres vítimas de violência doméstica em Mato Grosso. De acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2024, o estado registrou aumento nos índices de feminicídio, revelando a necessidade urgente de medidas mais rigorosas e de maior fiscalização para coibir crimes desse tipo.
O corpo de Jacyra foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) e liberado para velório pela família, que agora cobra justiça. Organizações de defesa dos direitos das mulheres também manifestaram indignação, reforçando que o caso é mais um exemplo da vulnerabilidade feminina diante de relacionamentos abusivos e da importância de denúncias rápidas e acolhimento eficaz das vítimas.
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